A atenção é um bem muito precioso, pois é reflexo da bondade. Vemos muitas pessoas carentes de atenção por conta de vínculos afetivos frágeis; bem como, a falta de autoconhecimento também tem sido outra situação desfavorável. Transtornos mentais, tendo como destaque a depressão, acabam sendo muito citados quando o assunto é a valorização da vida. Diante deste cenário, a pergunta “Qual é o sentido da vida?” é feita com mais frequência.
Perante pessoas com ideações suicidas, surge o desejo de muitos em ajudar; mas afastam-se por também não saber lidar com tal realidade. Uma pessoa em sofrimento precisa de um clima sem ameaças no diálogo, por exemplo. Evitar julgamentos, imposições e até mesmo aconselhamentos podem surtir bom efeito. A pessoa não quer a morte, quer acabar com a dor e com o desespero que lhe aflige.
O médico não cura, quem planta não faz a árvore florescer. O que acontece é que estes agentes oferecem condições adequadas para a cura e para o crescimento, que vamos chamar de Relação de Ajuda. A semente se impulsiona para o crescimento, mesmo com mínimas condições de luz e umidade; mas é preciso algo que favoreça a decisão, o movimento, para que busque a excelência. A pessoa em sofrimento é quem decide sobre o que é melhor para ela, pois o modo como valoriza suas experiências é muito particular. O que pode funcionar para você, pode não funcionar para outra pessoa.
Quando aceitamos o outro como ele é, sendo empáticos, congruentes com os nossos sentimentos e acreditamos no potencial para a excelência que a outra pessoa tem, certamente encontrará clima favorável para decidir o que é melhor. Isso é uma postura de respeito, de bondade. Quando julgamos e tentamos dizer ao outro o que deve fazer, a pessoa gasta tempo e esforço se defendendo, se justificando. Ou seja, finca o pé e não avança. Julgar é desmerecer o potencial que o indivíduo tem para crescer.
Sob outra perspectiva, ao seguir lado a lado com a pessoa, valorizando suas experiências através de um diálogo acolhedor, ela passa a se perceber melhor. Por meio de uma forma ou ângulo diferente de observar sua própria realidade, o indivíduo tem condições para conseguir decidir por soluções que ainda não tinha notado. É fato que um objeto é observado de formas diferentes, segundo as experiências que cada um tem; mas o objeto continua sendo ele mesmo em sua essência. Quando mudamos nossa forma de observar e de pensar, o mundo muda também.
A crença de que o sentido da vida está no autoaperfeiçoamento, que passa pelo autoconhecimento, e adoção de bons hábitos, é percebida como uma proposta de amor a si. Não há precisão em destruir nada em você, embora conheçamos bem isso; mas a necessidade é de educação dos próprios sentimentos. Em casos de transtornos mentais, a tríade: família, psiquiatra e psicólogo é recurso significativo na lide com tais dificuldades. Vale ressaltar que vínculos afetivos são recursos que protegem quem precisa de ajuda emocional.
Felizmente, nosso país possui o Centro de Valorização da Vida (CVV), que tem sido um recurso de emergência e também de prevenção referente a valorização da vida e, consequente, prevenção do suicídio. Através do número telefônico gratuito 188, as pessoas podem encontrar apoio emocional de forma sigilosa 24 horas todos os dias. É um canal que tem feito a diferença na vida de muita gente. O que você pensa, sente e diz é importante para o CVV.
“Tudo o que você pensa, diz ou sente é importante para nós!”
Referência
SANTOS, Daniel. Vínculos afetivos são recursos que protegem. Jornal Nova Era, Parnaíba (PI), ano III, n. 09, setembro de 2019, p. 03