O silêncio das águas paradas no pântano abriga podridão e não a paz. O silêncio ensurdecedor dos presídios não contém paz. O silêncio no lar, resultado do medo, por exemplo, não é fruto da paz… cada pessoa tem sua experiência. Como há paz sem a liberdade?
Sem amor ao progresso, ao firme trabalho no bem comum e no burilamento próprio, a paz é palavra vazia. Emmanuel destaca e esclarece para nós, em sua obra Caminho, Verdade e Vida, o entendimento equivocado de paz, aceito por tantos, sendo que “na expressão comum, ter paz significa ter atingido garantias exteriores, dentro das quais possa o corpo vegetar sem cuidados, rodeando-se o homem de servidores, apodrecendo na ociosidade e ausentando-se dos movimentos da vida.”
Quando Jesus (Jo, 14:27) disse: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou, eu não vos dou como o mundo {a} dá. Não se perturbe o vosso coração, nem se atemorize”, dava a nós a consciência do dever cumprido. Portanto, uma paz ativa com boas obras realizadas, que sustentam a esperança pela força da fé na colheita futura. Só oferta a paz quem a tem. É um alinhamento do comportamento com as Leis Divinas.
Governe-se!
Quando nos comparamos com os outros, corremos risco sério de perder o próprio caminho. Pois cada um, é cada um, e com sua própria jornada. Quantos estão adoecidos porque vivem se comparando com outros e deixam de cuidar de si, de cativar-se. Cuide-se mais. Está sofrendo, sente incômodos, está se comparando com quem? Está procurando felicidade pelo olhar da matéria? Cautela com o Mito da Caverna de Platão Moderno, que são as redes sociais!
Você já se percebeu escravo de queixas? Reclamamos demais, né?! Até quando as circunstâncias dão certo. Já se percebeu assim? Parar de reclamar é um desafio que nos convida a avançar a bem de nós mesmos. O que costuma assistir? O que tem lido? … Enfim, o que alimenta em sua consciência, nas horas vagas?
Você é escravo da opinião alheia? Se sim. Certamente perde tempo tentando controlar os outros. É muito cansativo gastar tempo com isso. Quem já não se percebeu assim? Jesus disse (Mt, 7:3): “Por que vês o cisco no olho do teu irmão, e não percebes a viga no teu olho?” Por que perder tanto tempo querendo mudar quem não posso, ao invés de investir tempo e esforço para mudar quem eu posso, que sou eu. Quando mudo, o mundo muda também.
Valide sua existência! Aceite-se! Isso significa reconhecer que há luz e sombras em cada um de nós. A sombra também sou eu, é uma parte de mim que precisa de cuidado e de acolhimento. Negar, condenar gera adoecimentos; educar-se dentro dos próprios sentimentos, através do autoconhecimento é uma saída.
Curta o presente! Nele resolvemos o passado e construímos o futuro, não é à toa que tal graça tem esse nome. O presente é o tempo excelente. O presente é o passado e o futuro ao mesmo tempo. Já pensou desta forma? O que sou? Sou aqui agora.
A paz é uma virtude
É certo que a paz é uma virtude… é direito de quem cumpriu com o seu dever moral (com as Leis Divinas), de cidadão no mundo (consigo, com os pais, os filhos, o trabalho, a pátria…). Nestes caminhos podemos cultivar consciência serena. O orgulho e o egoísmo são a estrada inversa. Parece tanto a fazer!
O Poverello de Assis nos apresenta um ótimo caminho: “Faça poucas coisas; mas as faça bem.”
Por Daniel Santos
Referências
XAVIER, Francisco Cândido. Caminho, verdade e vida. Pelo Espírito Emmanuel. 29. ed. Brasília: FEB, 2015. Pág. 223
DIAS, Haroldo Dutra. O novo testamento. Tradução de Haroldo Dutra Dias. 4. imp. Brasília: FEB, 2016. Págs. 59 e 447
ABIB, Jonas. Tema de Clara e Francisco. YouTube, 03 de novembro de 2020. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=W1RX1n43kM8 >. Acesso em 28.03.2023.